segunda-feira, 31 de março de 2014

Projeto Museu Vivo - Dia 30 de março de 2014

As crianças também acompanham as atividades

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Nem a chuva forte que caiu no meio da tarde conseguiu espantar quem já estava escutando os cantores sertanejos puxados por Miraí e Agenor, ou degustando a deliciosa paçoca de Dona Maria de Fátima. O povo todo se espremeu na varanda e a festa continuou. O pessoal já está se acostumando, sabe que domingo à tarde, no Parque da Cidade, tem música raiz e algum quitute tradicional para beliscar, além do artesanato, que faz relembrar aqueles objetos que a modernidade está quase enterrando.

Os músicos chegam com seus instrumentos e as duplas e trios vão se formando de acordo com as afinidades. Seu Francisco, o Miraí, toca por gosto, diz que a música está no sangue. Encontrou-se por acaso com seu Agenor, que emprestou o violão do Benedito e formaram uma dupla ali mesmo no parque. O Leandro chegou atrasado com sua sanfona e pronto! Formou-se o trio que segurou o povo mesmo com o tempo chuvoso.

A paçoca foi na conta, desta vez. Geralmente o pessoal leva um potinho pra casa, mas domingo passado não sobrou nem um pouco para contar a história. “Tava boa dimais, sô!”, disse um visitante, referindo-se à paçoca feita com a receita da avó de dona Maria de Fátima, mineira de Brazópolis.

Maria de Fátima faz paçoca toda Quaresma e para isso tinha um pilão que era da família, mas que se perdeu numa mudança. Era feito de jacarandá, coisa boa, talhado no machado. Para substituir o que se foi ela comprou um desses pilões vendidos na beira da estrada, mais usado para enfeitar a sala de visitas. Mas é este mesmo que ela vem utilizando atualmente e foi o que levou para o Museu Vivo.No meio da festa surgiu o Gustavo, um fã de ‘tererê’, oferecendo a bebida para todos que quisessem tomar. Todo prosa, ele diz que usa a 

bebida para se enturmar. Foi um casamento perfeito com a paçoca, já que o tererê tinha uma mistura de boldo, hortelã e erva cidreira, atuando como digestivo e abrindo espaço para os bolinhos caipiras que nos foram oferecidos por dona Maria Luíza, paçoqueira de mão cheia que já esteve no Museu Vivo. Ela nos presenteou com um isopor cheio até a boca de bolinhos caipiras quentinhos. Quem comeu encomendou mais...

Texto e fotos: Chico Abelha